"Oiticica relata no Héliotape que em uma das peças apresentadas, Yoko Ono conta a história de uma amiga – que, esclarece Oiticica, é sempre a própria Ono -- que parou de falar e definhou por isso. Do osso de sua perna então foi feita uma flauta de som encantador. Mas a flauta quebrara-se em mil pedaços, que a artista trazia guardados numa pequena caixa e iria passar de mão em mão pela platéia, para que todos chacoalhassem a caixa e assim, ela pudesse fazer um som, falar, com o osso da perna. Por fim, Ono pediu que alguém levasse a caixa para casa e todos os dias chacoalhasse-a para que sua amiga falasse. Outra história contada por Ono envolvia um sacrifício: sua amiga decidira suicidar-se de forma limpa e usara um balde para recolher o próprio sangue. Depois de contada a história, a artista apresentava um balde “com aspecto de novo” e fazia-o circular pelas pessoas da platéia."
"O “Body-sense-play”, que também aparece no texto sobre Grapefruit como “Body-environment-play” não é nem corpo, nem ambiente, nem movimento, mas a junção dos três numa totalidade, como o meditar-andar faz com corpo, a cidade e o ambular." (Hélio Oiticica: simultaneidade, consequência e retorno - Paula Braga)
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